sexta-feira, 20 de abril de 2012

O mundo mágico dos Advergames

Somos parte de uma realidade saturada de informação. Essa saturação vem seguida de uma descrença do ser-humano em relação àqueles que deveriam formar opiniões, como jornalistas e publicitários. Boa parte da comunicação incomoda àqueles que deveriam se identificar com ela: os consumidores. Comerciais de TV e outdoors facilmente viram paisagem, os spots nas rádios atrapalham a nossa seqüência de música, os anúncios nas revistas e jornais passam e simplesmente, passam.  Um pouco radical, mas com a grande maioria das campanhas é assim.

É neste cenário que surge o entretenimento atrelado a um fim comercial como uma saída para o desinteresse do consumidor. Se já não há espaço para a mesmice e se hoje o consumidor não é apenas um receptor passivo de mensagens, encontrar formas de fazer com que esse consumidor busque a publicidade (e não o inverso), parece ser a melhor forma que uma marca tem para trocar valores com seu público. Estamos falando dos advergames.

Nada mais eficaz que a publicidade sutil e divertida. Eis o grande propósito dos advergames, oferecer um entretenimento que mantenha o consumidor em contato com a marca do anunciante por bem mais que os tradicionais trinta segundos da TV. De forma alguma estamos insinuando que os meios convencionais morreram. O que acontece, é que o exigente consumidor agora tem “n” formas de consumir conteúdo e nada mais apropriado do que agências e anunciantes se adequarem a essa realidade de multiplataformas.

Nos últimos 5 anos, o mercado mundial de games cresceu mais do que qualquer área do entretenimento. No mundo, a indústria de games só perde, infelizmente,  para as armas e automobilística. Isso se dá devido a necessidade que nós seres-humanos temos de nos projetar, imaginarmo-nos em outra dimensão, outra vida, outra realidade. Segundo a teoria do círculo mágico de Huizinga, a ideia é que temos uma série de problemas, inseguranças e dificuldades que são deixadas para trás assim que entramos no mundo mágico dos games. O resultado disso é um ser-humano com experiências e significados que foram formados pela soma do mundo do entretenimento à vida corriqueira (que segundo Vicente Mastrocola, nada mais é que mais uma realidade em meio a tantas que vivemos).



Portanto, faz sentido unirmos a força “mágica” dos games aos propósitos de uma marca. Estamos juntando as necessidades de se entreter que qualquer pessoa tem, com os valores que uma marca precisa explicitar de formas cada vez mais alternativas.  O mercado de advergames  movimenta atualmente cerca de 1 bilhão e meio de dólares, sendo que 220 milhões vêm de faturamento publicitário (dados: revista ProXXIma). Além de todos os benefícios intangíveis dos advergames, o custo, se relacionado a uma campanha de mídia de massa, é infinitamente menor.

Ainda há uma grande barreira a ser quebrada. Boa parte dos anunciantes não se interessa por esse tipo de mecânica, acha pouco efetivo, ainda trás preconceitos arcaicos quanto ao novo mundo de possibilidades que principalmente a web e os avanços em mobile trouxeram. Mesmo algumas agências muitas vezes se limitam a criar o básico. O fato é que estamos em vias de presenciar o “Game Over” para boa parte dessas empresas. Bom, aos que se negam a adaptar-se, o futuro já manda lembranças.

Felipe França, Marinnah Dias  e Vinícius Medeiros


Nenhum comentário:

Postar um comentário