quarta-feira, 18 de abril de 2012

A inovação em múltiplas telas


Como interagir em um mercado que está em constante transformação?

A evolução anual dos celulares, o barateamento das tecnologias e o constante consumo por novidades no mercado mobile, permitem um cenário de rápida evolução e transformação no ambiente móvel. A todo momento surgem novas formas de se comunicar com o target e estas mesmas ficam obsoletas após alguns meses. As corporações enfrentam dificuldades no momento de divulgar seu produto/serviço para o seu público-alvo, devido a grande quantidade de concorrentes no mercado. Para isto, procuram se diferenciar, muitas vezes oferecendo algum tipo de experiência ou maior contato com a marca, recorrendo ao auxílio do mobile marketing.
Em 2007, por exemplo, se falava muito sobre os benefícios que o SMS proporcionava na comunicação com o consumidor, permitindo a integração com os meios de comunicação tradicionais. Muito utilizado dos programas de televisão em enquetes e votações, a interação SMS é democrática, simples e com baixa curva de aprendizado.
A MTV em seu projeto Second Skin, realizou uma ação com a Sprite, convergindo TV, celular e internet. O ouvinte era convidado a interagir através do SMS.

Sprite + SMS: Second Skin MTV // Pontomobi


Já a GM, por exemplo, com o objetivo de divulgar o seu Feirão de Fábrica, contou com base opt-in da operadora segmentada pelos CEPs próximos à região do feirão e por consumo.


Alguns meses após a comunicação via SMS ser utilizada com maior frequência pelas empresas, o Bluetooh começou a tomar força. Com este dispositivo, era possível enviar arquivos para o celular do consumidor, ou seja, possibilidade de receber um aplicativo, informações, conteúdos exclusivos, cuponagem, entre tantos outros tipos de interações. A vantagem desse tipo de comunicação é levar a publicidade exatamente onde está seu target.
A FATEC, em 2010, utilizou a tecnologia para divulgar informações sobre o vestibular e os cursos técnicos de 2011, se aproximando do público-alvo ao enviar o conteúdo em bares e portas de faculdades.



No entanto, em 2009, este meio de comunicação já havia perdido força. A internet 3G começava a ganhar força e junto com ela, o desenvolvimento de aplicativos e jogos para celular. Neste período, o acesso à internet com banda larga cresceu 227%, já que as operadoras começaram a investir na cobertura, reduziram os preços dos aparelhos e criaram planos pré-pagos para pacotes 3G. As vendas de celulares com funções avançadas, com isso, crescem a cada ano. No mundo, 1 a cada 5 celulares já são smartphones. As empresas, então, viram que seria vantajoso investir e compreender estes meios de comunicação, já que permitem uma interação muito maior do que os demais do mobile marketing.
A Nivea Sun, por exemplo, desenvolveu um aplicativo para iPhone que indica o fator de proteção ideal de acordo com sua localização e temperatura local. Além disso, a ferramenta pode ser configurada para diferentes tipos de pele e ainda avisa a necessidade de reaplicar o protetor de 2 em 2 horas.


É neste contexto de transformação no ambiente móvel que surgem as demandas por mobile marketing e, consequentemente, o número de agências digitais passou de 2,275 para 2,518, um aumento de mais de 10% em relação a 2009. A criação de websites continua sendo a principal atividade, no entanto, houve um grande aumento nos projetos focados em redes sociais e mobile marketing.

Portanto, pode-se perceber que com a globalização e o avanço da tecnologia, o mundo está cada vez mais conectado. A mudança de hábito e de introdução dos dispositivos móveis aconteceu em um período curto, de em média 10 anos, o aumento do número de celulares e de outros dispositivos móveis é significativo e não tem pretensão de diminuir. Os dados a seguir comprovam isso:


         Principais mercados de celulares no mundo
Ranking
País
1T10
2T10
3T10
4T10
1T11
2T11
3T11
∆Trim
∆Ano
1
777
805
833
859
890
921
952
3,5%
14,3%
2
584
636
688
752
812
852
874
2,6%
27,0%
3
288
291
298
303
308
314
328*
4,3%
10,1%
4
Indonésia
ND
ND
ND
220**
ND
ND
ND
-
-
5
179
185
192
203
211
217
227
4,6%
18,7%
6
211
214
217
215
220
223
225
1,1%
4,0%
7
116
118
119
121
123
125
127
1,4%
6,3%

*Resultado de Junho/11.
**Fonte UIT.
Nota: Valores em Milhões

No Brasil, dados da Anatel indicam que o Brasil, em Março de 2012, teve 250,8 milhões de celulares sendo utilizados. No celular, é possível o consumidor utilizar o acesso à internet 3G, receber e enviar SMS, utilizar aplicativos, entre outras funções que vão aprimorando com o passar do tempo e que podem servir para uma empresa interagir com o consumidor.
Em 2009, o acesso à internet com banda larga móvel cresceu 227%, os fatores que tornaram isso possível foram diversos, como diminuição dos preços e aumento da tecnologia. Com isso, o acesso móvel hoje está disponível para 13,1% dos municípios brasileiros e cobre 64,9% da população. O Brasil tem em média 20 milhões de linhas acessando a internet via celular e 11,9 milhões com banda larga móvel 3G. Esse número não pára de crescer, devido às projeções, o Brasil deve ter mais de 60 milhões de acessos banda larga móvel em 2014, correspondendo a 24% dos celulares do país. 
Além da internet, o consumidor está cada vez mais utilizando os aplicativos. De acordo com a Mobile Time, o Brasil atingiu um aumento entre janeiro e outubro de 2011 de 369% na quantidade de aplicativos móveis para smartphones. Hoje em dia, existe aplicativo de marcas, empresas, jogos, de todos os tipos. Cada uma atendendo à sua necessidade de atingir o consumidor final. Segundo Terence Reis, sócio diretor de operações da .Mobi o desenvolvimento de aplicativos mudou bastante o mercado.
O que proporciona o uso dessas diversas ferramentas no celular são os smartphones, que apesar de representar apenas 5,8% dos celulares vendidos no Brasil, de acordo com a Nilsen, as vendas de smartphones no primeiro semestre de 2011 teve um crescimento de 165% na comparação com o mesmo período do ano de 2010. Um fato curioso é que uma pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos Mediact demonstrou que as pessoas que possuem este tipo de aparelho tinham comprado o seu há seis meses ou menos e 31,5% pretendem trocá-los nos próximos seis meses. Isso significa que o consumidor está cada vez mais dinâmico e pretende ficar atualizado em relação às tecnologias oferecidas, o que demonstra que esse mercado só tende a crescer e mudar.
Outro aspecto importante é a questão da mobilidade, esta não está somente nos celulares, existem também outros dispositivos móveis que possuem acesso à internet, jogos e aplicativos. Entre eles, podemos citar os computadores de bolso (PDA) e as plataformas de jogos como Playstation da Sony, Xbox 360 da Microsoft e o Nintendo DS. Existem também os tocadores de MP3 que possuem as funções do celular menos o uso da telefonia, como o iPod. E por fim, existem os tablets que tiveram um crescimento nas vendas, principalmente com a chegada do iPad. No ano de 2010, a estimativa foi de em média 19,5 mil tablets vendidos no Brasil, segundo dados da Gartner. Em 2014, a previsão é de chegar a 208 milhões de unidades vendidas de tablets.

A partir desses dados, pode-se perceber que o consumidor está cada vez mais utilizando dispositivos móveis e também possuem uma grande variedade de meio de comunicação para as empresas entrarem em contato com o seu público. Além disso, a mensagem pode ser mais direcionada e segmentada para ocorrer uma interação maior das empresas com seus consumidores.
É importante destacar também que o mercado móvel não possui apenas fatores positivos, uma vez que possui grandes vantagens, também pode apresentar algumas desvantagens, por isso é preciso analisar precisamente o objetivo da campanha.
Uma das vantagens pode ser o custo da mídia. Na maioria dos casos, um anúncio na TV exige um investimento muito maior do que disparar, por exemplo, 2 milhões de mensagens, além disso, os anúncios são segmentados de maneira mais coerente.
Outra vantagem é a interatividade, que além de promover entretenimento, com jogos, aplicativos divertidos, etc, também facilita a vida de seu consumidor, por meio de mensagens alertas sobre data de vencimento, acesso ao banco pela internet, fluxo nos aeroportos, informações sobre o trânsito, entre outros.
Devido os avanços tecnológicos, as formas de interação com os consumidores são cada vez mais elaboradas, um exemplo disso é a realidade aumentada, uma ferramenta que mistura dados reais com virtuais e pode transmitir anúncios com mensagens e fotos em 3D.
Uma desvantagem é que, dependendo do modo que você interfere na rotina do consumidor, os efeitos podem ser negativos. Algumas empresas não conseguem distinguir o limite entre o aceitável e a “invasão” na vida do consumidor, resultando em uma ação contrária ao desejado, denegrindo a imagem da marca.
Quando falamos de mobile marketing, existem diversos exemplos que deram certo. O game Angry Birds pode ser apontado como um dos maiores cases de sucesso. A versão Space, que possui 60 fases e tem conteúdo adicional disponível para compra apenas na versão iOS (Apple), se passa no espaço e propõe aventuras dos famosos pássaros em novos cenários com planetas e gravidade diferentes, alcançou 10 milhões de downloads em três dias.
A versão do Angry Birds Rio, inspirada no filme de animação “Rio”, atingiu o mesmo número de downloads, 10 milhões de aplicativos baixados, em 10 dias.



Além de ter sido o jogo mais baixado de 2010, a Rovio, empresa que publica o jogo, afirmou que o custo de produção teria sido de US$140 mil, e gerado mais de US$70 milhões de retorno, tornando Angry Birds um dos jogos mais lucrativos de todos os tempos.

Em menores proporções, O Banco Bradesco também tem seu case de sucesso. A marca dedicou 6 meses de trabalho para desenvolver seu aplicativo, alcançando o maior nível de segurança desejada. Agora, além dos usuários poderem acessar seu extrato bancário pelo facebook, a marca atingiu seu objetivo principal e conseguiu fortalecer o relacionamento com seus clientes nas redes sociais. De acordo com Luca Calvacanti, diretor de canais digitais do Bradesco, 90% das transações atuais são feitas em ambiente online, o que estimula mais ainda o banco a aderir às redes sociais como plataforma efetiva em seu sistema. Atualmente, a marca ultrapassou os 4 milhões de clientes na internet.



Uma maneira de enxergar como essas mudanças estão impactando o mercado é observarmos as constantes mudanças que nele ocorrem e  principalmente pelo fato de que o consumidor  mudou a sua maneira de se relacionar com as marcas. O cenário atual ,em que há uma grande evolução da tecnologia, diz que o consumidor mudou. Entretanto, a pessoa em si não mudou, seus valores e gostos permanecem o mesmo, mas o que realmente se transformou foi o contexto e é neste novo cenário que encontramos a web pessoal, ou seja, uma web em que o usuário consegue construí-la conforme os seus interesses e gostos. Isso fica claro pela crescente procura de profissionais que entendam, não apenas sobre tecnologia, mas principalmente sobre as mudanças de comportamento dos consumidores e sobre as novas tendências e possibilidades de consumo de informação em diferentes telas. A .Mobi é um exemplo dessa nova estrutura de negócio, que tem buscado atender e descobrir com detalhes esse mercado em transformação.

Terence Reis, sócio diretor de operações da .Mobi

A empresa foi fundada em 2007 com a finalidade de encontrar soluções de SMS, entretanto, a .Mobi expandiu sua atuação e se tornou o principal grupo de mobile marketing e advertising da América Latina. O Grupo.Mobi é constituído pelas empresas Aorta, FingerTips, Hands, MonsterJuice e Instituto Mobile atuando nas seguintes áreas: soluções de plataforma; desenvolvimento sob demanda; mídia mobile; games e geração de conhecimento.

A .Mobi busca atender as principais necessidades de tecnologia mobile do mercado corporativo. O seu diferencial é encontrar novos meios e soluções para melhorar a interação das marcas com seu público-alvo por meio dos novos pontos de contato digital. Para a .Mobi o “Mobile” não se resume mais ao dispositivo, mas sobre todo o universo que ele tem englobado, como audiências em movimento que buscam interagir com diversas marcas e serviços a qualquer momento e lugar. Grande parte das dúvidas das marcas se baseia nessa questão, o como elas podem fazer parte dessa tela interativa com o seu público-alvo.

Outro aspecto interessante da .Mobi são seus projetos sobre o mundo mobile. Um exemplo é o livro “Mobilizado”, que aborda a importância do celular para as marcas hoje em dia, desde as novas tendências e mudanças nos hábitos dos consumidores. Em seguida, há o “Mobilizado Blog” (www.mobilizado.com.br) que virou um site de refências sobre o mundo mobile marketing com matérias, pesquisas e opiniões de profissionais da área. Por fim, há a “Pesquisa Mobilize” no qual estuda o comportamento do consumidor móvel no Brasil. Essa pesquisa é realizada anualmente, pois busca mostrar a evolução do mercado mobile brasileiro ao analisa os hábitos e comportamentos dos usuários dessa nova tecnologia.
A partir disso podemos notar a importância do trabalho realizado pela .Mobi. Uma empresa que tem buscado por meio de múltiplas telas (tablets, mobile, smarphones) gerar novas soluções para gerar maneiras diferentes de interação do consumidor com as marcas e assim estreitar o relacionamento entre elas.

Amanda Ko
Ana Luiza Mattar
Joyce Lopes
Karyna Yoshiura
Marina Bon

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