domingo, 15 de abril de 2012

Jornal Metro: Não é porque é grátis que não tem valor


Em parceria com o Grupo Bandeirantes, o Jornal Metro é distribuído diariamente em 22 países, 131 cidades do mundo, sendo 8 no Brasil. Está inserido no grupo de jornais ‘gratuitos’, já que esta é sua maior característica, além da limitação na quantia de exemplares impressos por dia e horário de distribuição – geralmente das 7h às 9h, dependendo do estado.  Ou seja, a equipe do Metro acredita que pela gratuidade gerar interesse, se a tiragem e o horário de distribuição fossem limitados, as publicações se tornariam mais desejadas pelo leitor.



Além das características citadas acima, o jornal Metro tem um caderno único, em formato de tablóide. Existem duas formas para que a logística de distribuição aconteça: assistida por um promotor, quando ele entrega o jornal para as pessoas – seja no carro ou na rua – ou por pontos fixos, quando os exemplares ficam em um ponto fixo da cidade com acesso livre para qualquer leitor. No Brasil, a distribuição assistida é mais bem aceita devido ao contato que o promotor estabelece com os leitores, já a distribuição por pontos fixos é mais comum em outros países.
Entre 2001 e 2011, o número de circulação de jornais aumentou de 1,2% para 3,5%, o que leva à conclusão de que as pessoas ainda consomem conteúdo neste tipo de meio de comunicação. A publicidade nos meios como TV, internet, jornal, revista etc, teve um aumento de 8,54% de 2010 para 2011. Sendo assim, por ser gratuito, o Metro tem sua receita integralmente vinda da publicidade.
O fato de o promotor entregar o jornal pessoalmente ao leitor traz benefícios tanto para o Metro quanto para os anunciantes que desejam divulgar sua marca, produto ou serviço, pois há a possibilidade de que sejam usadas formas criativas de contato, o que gera maior receita ao jornal, tanto pela maior receita – já que os preços variam de acordo com a complexidade da ação proposta – quanto pela visibilidade do jornal frente aos leitores e às outras marcas, que posteriormente podem se interessar pelo Metro como meio de comunicação.
Outro fator importante é a facilidade que a população tem de ler notícias na internet, geralmente de forma rápida e prática, o que é muito mais simples do que ler um jornal ou revista inteiramente. Ao considerar esse cenário, o Metro firma outra característica, que é a entrega da notícia offline de maneira curta e objetiva, para que não seja delegado muito tempo para a leitura, já que a sua proposta inclui leitura no trânsito, no metrô, ou nos tempos livres.
Em concordância com o que foi dito acima, o Metro quer criar relevância para a população. Este fato está presente na Rede Editorial do jornal, ou seja, quando é publicado algo em um país que seja considerado importante para conhecimento mundial, o Metro de São Paulo, por exemplo, solicita a informação com o Metro do local em que foi publicado. Essa sintonia foi criada por um trio: O Metro Internacional, o Metro do Brasil e a Rede Bandeirantes.
Exemplo: Uma entrevista concedida pelo ex-presidente do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva, foi veiculada em outros países, como Chile, Equador, Hungria, Holanda, México, Portugal e Suécia, assim como a entrevista de Ban Ki-Moon, secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), sul-coreano, que foi veiculada no Metro Brasil.

          
          A imagem que muitas empresas e pessoas têm dos jornais gratuitos, é a de que são de baixa qualidade, fartura e público, como se não fizesse diferença se não existissem. Porém, o Metro mostra que esse pensamento é limitado e irreal. Possui boa qualidade de impressão, focado, majoritariamente, nas classes A e B, além de possuir preocupação com o meio ambiente de maneira perceptível e aplicada nos materiais utilizados, uma vez que o papel tem certificado FSC (Conselho Brasileiro de Manejo Florestal), que garante o rastreamento da matéria-prima desde a sua extração, passando por sua transformação em papel até a comercialização do item acabado e impressão com tinta ecológica, à base de soja.
No Brasil, já são 733 mil leitores semanais na grande São Paulo, sendo 61% do público masculino e 39% do público feminino. Vale ressaltar que o método adotado pelo Metro vem dando o retorno esperado, já que de 2010 para 2011, a circulação aumentou 33%.

Ações na distribuição:

Lançamento do iTunes no Brasil



        No lançamento do iTunes Brasil, a Apple apostou no Metro como o principal veículo de comunicação para a divulgação. A ação contou com a criação de um concurso cultural, cuja frase “Com música, a vida é diferente porque...” deveria ser completada e aos ganhadores, 20.000 músicas seriam disponibilizadas, sendo 1.000 ao primeiro colocado. A promoção, além disso, disponibilizou, ao final, 800 faixas dedicadas ao mercado publicitário.
          
Lançamento da segunda temporada da série Walking Dead:



      O canal de TV por assinatura FOX, junto à agência Z+ Comunicação, escolheram o Metro para a divulgação da segunda temporada da série The Walking Dead, que gira em torno de uma apocalispe zumbi que vai em busca de mortos vivos.

       A ação foi feita em São Paulo e no Rio de Janeiro. Atores maquiados profissionalmente de zumbis e promotores, também fantasiados, entregaram os exemplares do Metro com uma sobrecapa especial com a sinopse da série, sendo que muitos deles foram entregues em bandejas fazendo analogia à carne vendida em supermercados e açougues. No entanto, o que estava embandejado, no caso, era o cérebro humano.
   O impacto foi enorme. Motoristas e pedestres ficavam surpresos e assustados ao mesmo tempo, mas sempre em tom de diversão. Este, com certeza, foi um case de sucesso na comunicação em jornais. O Metro, junto à agência conseguiram oferecer uma dinâmica incrível e inusitada, e à FOX, com certeza foram creditados benefícios, como um excelente awareness, isto é, o conhecimento da série, além de um convite à ação muito bem elaborado. 

Ana Beatriz Zafalon, Renata Guilardi e Willian Di Gianni Tucci

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