PRÓLOGO
Ops. Não, não era uma vez. Quem disse que história tem que começar assim? Por que não começar com “às seis da manhã”?. Me parece melhor, quer dizer, apesar de ser um horário perturbador faz mais sentido para a realidade de um estagiário. Assim, às seis da manhã meu despertador tocou. Um barulho angustiante junto a um sentimento corriqueiro me tomam a cabeça: o arrependimento. Por quê não dormi mais cedo? Por quê passei trinta minutos vendo fotos no Facebook? Deveria ao menos ter lido um livro. Ou terminado o relatório. Ah, o relatório... Na minha luta constante comigo mesma para levantar da cama acabo dormindo novamente. E aí bate o segundo arrependimento. Estou atrasada. Justo no dia em que você tem reunião com o chefe e precisa terminar o maldito relatório para que este mesmo chefe saiba sobre o que se trata esta mesma reunião. Nenhum minuto de atraso seria tolerado desta vez.
CAPÍTULO I
Histórias. Elas estão em todos os lugares, acontecendo a todos e a todo momento, entrando umas nas outras, nos surpreendendo. Nunca conheci alguém que não tivesse uma boa historia para contar. Segundo Hitchcock, uma história se resume à “Vida contada sem as partes chatas”. Vocês já chegaram a pensar no poder que possui uma historia? De que forma esta seqüência de eventos selecionados pode influenciar pessoas, organizações, culturas?
Marcelo começa sua palestra nos mostrando diversas definições de Historia, como “Metáforas da vida que nos dão insights para compreender a natureza humana” ou, uma perspectiva dos contos “metáforas para passar ensinamentos”. Melhor do que nos contar foi mostrar como é possível emocionar uma multidão de universitários exibindo “apenas” uma sucessão de fatos muito bem selecionados no trecho do filme Up – Altas Aventuras. Marcelo sinaliza que apesar de ser importante que a historia tenha começo meio e fim o emissor precisa saber “como contá-la”.
E agora sim começa nossa aula.
CAPÍTULO II
Existem quatro elementos essências para a construção narrativa de uma boa historia:
- Grandes personagens
O grande personagem é construído pelas suas atitudes e pensamentos. Ele está presente tanto em filmes quanto em comerciais e até mesmo no nosso dia a dia, se pararmos para pensar, facilmente virão nomes a nossa cabeça que estão fazendo a diferença hoje. Um exemplo de um personagem que é bem construído e vai se moldando por suas atitudes ao longo do tempo é o que segue nesse comercial da água Evian. Ele começa pequeno, mas suas atitudes logo vão mostrando sua transformação. Ele percorre um grande caminho até que chega ao lugar final. Mesmo encontrando obstáculos ele consegue superá-los e continua sua caminhada. Esse é um exemplo de um “pequeno” grande personagem.
- Conflito
O Conflito é o grande motor da historia. Pode ser explicado pelo o que o personagem quer versus o que o impede de conseguir. As pessoas muitas vezes questionam: mas não é sempre que há conflito! Acredite, existem MUITOS conflitos acontecendo, seja no meio da rua, nos sonhos da pessoa ao lado ou mesmo dentro da sua própria cabeça. Primeiro devemos entender o que o personagem quer, onde entra o conceito de objeto de desejo, o que é importante para ele, o faria ultrapassar barreiras nunca antes vistas? E o que o impede de conseguir este objeto? Seja ele o amor da sua vida, a arca perdida ou um café do Starbucks. O mundo sempre reage de maneira inesperada. Nunca o que nós planejamos de fato acontece. As coisas dão errado e isso alimenta nosso personagem ainda mais a ir buscar seu objeto de desejo. Somente esta busca nos mostra o quanto ele anseia por isso e nos instiga a acompanhá-lo, torcendo ou não pelo seu sucesso queremos ver o desfecho de sua trajetória. Isto, aplicado às marcas, é o que gera interesse ao consumidor.
- Universo Ficcional
Trazendo este elemento para o contexto de ferramentas de comunicação, Marcelo cita o conceito de Transmidia strorytelling, em que uma marca utiliza diversas mídias para contar uma historia, que tem seu formato adequado a cada plataforma. Neste cenário, em que historia permeia diferentes meios, a boa construção de universo ficcional é fundamental como ponto de partida.
O mundo da criatividade permite que o universo chegue a lugares que jamais havíamos imaginado antes, ou até mesmo, torna possível e crível, uma história se desenrolar em um universo que, no mundo real, jamais existiria. Esse é o caso do filme Toy Story, da Disney. Quem nunca fantasiou, quando pequeno, sobre o que seus objetos, bichos de pelúcia e bonecos faziam quando você não estava em casa? Ou quando você estava dormindo? Esse universo, aparentemente ficcional torna-se realidade no filme. E como todo o cenário é bem construído e os limites são bem estabelecidos, acreditamos e queremos ver o que acontece no universo dos brinquedos, quando ninguém está observando.
- Trama bem costurada
Por fim chegamos a Trama. É claro que ela pode ser construída de diversas formas, dependendo do estilo do autor. Marcelo nos apresenta a Lógica clássica, típica do cinema americano, que costuma ser mais bem aceita por nós, expectadores e consumidores. A Lógica Clássica da trama se divide em 3 atos: o começo, o meio e o fim.
Ato 1 – Apresentação de um mundo comum.
A historia se desenrola normalmente até que ocorre um evento excitante (a partir dai a história não volta mais)
Ato 2 – Progressões do personagem
É apresentado o objeto de desejo e colocado ao publico que se o personagem quer aquilo mesmo devera superar alguns desafios.
A saga deste personagem continua até que chegamos ao clímax, que pode ser representado de diversas formas: a maior decisão dele, a revelação principal do personagem, etc.
Ato 3 – Transformação do personagem
Após toda a historia pela qual passou, o que o personagem tirou disso, por qual mudança passou? Neste momento Marcelo faz um paralelo entre o personagem sobre o qual falamos e a nossa vida. Nos identificamos pois todos os dias passamos por coisas que nos transformam, nos ensinam lições. A historia nada mais é do que uma metáfora da vida. Se a vida é cheia de altos e baixos, por que a historia não seria? É neste momento que nos conectamos. Quanto mais se deixa as pessoas se alimentarem do conflito, compactuarem com ele, se interessarem por seu desfecho, mais poderoso será o resultado final.
É com essa trama bem construída, por exemplo, que diversas empresas tentam passar uma pequena história em um comercial para televisão em meros 30 segundos. Uma atividade que exige muita criatividade e poder de concisão, para que seu público entenda o que está acontecendo com o personagem principal, como ele chegou ali, o que ele fará para sair da situação e o que acontece depois.
Esse é o caso de Brahma, no exemplo que segue, em que primeiramente é apresentado o personagem conhecendo uma mulher, em seguida parece que eles tem um rompimento e ela faz um vodoo com ele. Assim ele começa a sofrer de calor, por conta da “magia” que a mulher, de coração partido, está fazendo. Por fim, com a ajuda da Brahma ele sai dessa situação e volta a normalidade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Desta forma, podemos resumir que:
A personalidade deste personagem esta diretamente ligado a formação do conflito, bem como a construção do universo delimita a trama.
O personagem e universo devem ser críveis.
O conflito e trama devem passar mensagem.
Ao final da palestra, surge uma pergunta da platéia: afinal, como você mede o retorno destas ações de contar historias?
Marcelo prontamente responde: “Lágrimas nos olhos”.
A Lukso entende que é preciso conquistar primeiro o coração das pessoas antes de seu bolso. E isso só se constrói com muito envolvimento e boas historias. Veremos em breve o que mais esta agencia tem para nos contar.
Integrantes Grupo
Amanda Gandolpho
Daniela Etchenique
João Lucas Lima
Ravi Macedo
Tatiana Vecchi
6C